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quarta-feira, agosto 03, 2005

Subtilezas

Ontem, numa agradável conversa tardia com dois amigos meus, munidos de cervejas e tremoços, surgiu a oportunidade de falar sobre alguns assuntos que me suscitam especial interesse.
A certa altura, a amena cavaqueira descambou - para meu agrado - para a forma de arte que mais aprecio: o cinema. Como se isto não bastasse, o segundo tomo do meu contentamento deu-se aquando da simples pronunciação do nome daquele que é o meu realizador de eleição - o mestre Stanley Kubrick. Paradoxalmente, eu, que deliberadamente me esforço por ter uma visão positiva, aprecio a obra de Kubrick - marcadamente desencantada com a condição humana. Será isto a prova de que a arte não precisa de ser uma confirmação de nós próprios, antes algo superior que tem a sua razão de ser no simples facto de provocar algo em nós mesmos?
Idiossincrasias à parte, e em consenso, foram exaltadas as "pequenas" nuances daquele que será, provavelmente, o seu filme mais complexo em termos narrativos, tornando-o numa obra maior da sétima arte. «Barry Lindon» tem a sua génese nas subtilezas que um olhar mais desatento descrimina; ainda mais numa altura em que o cinema é cada vez menos visto como uma forma de arte, e sim como um espectáculo de imagens desconexas e velozes, sem aparente conteúdo.
Já fui muitas vezes confrontado com a problemática do cinema actual, mas infelizmente continuo a não conseguir contemplar o futuro que lhe está designado...

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