quinta-feira, novembro 24, 2005
Cada coisa em seu lugar
Um pormenor intrigante, vindo de onde menos esperava, obrigou-me a um pequeno intervalo de reflexão. Passo a explicar. No final de um dos episódios de uma determinada telenovela brasileira de horário nobre, um conjunto de actores aproveitou para fazer uma pequena acção de sensibilização acerca de um tema cujo interesse é inquestionável. Mas não é isso que importa agora falar.
Perguntei a mim mesmo se os responsáveis da Globo, aproveitando o peso das telenovelas, estariam a agir correctamente. Poderia ficar indeciso, se não fosse estudante da área.
A verdade é que isto é uma verdadeira distorção de papéis, muito comum hoje em dia, mas que é preciso ter muito cuidado. É um dos maiores males de algumas televisões, nomeadamente americanas e brasileiras, onde os vários espaços tendem a unir-se.
Em Portugal, começámos com a confusão gerada pela TVI entre "realidade" e "realidade ultra-dramatizada" e qualquer dia, ao que tudo indica, a televisão portuguesa será também uma amálgama de conteúdos indecifráveis e deslocados, onde a inteligência dos espectadores tende a ser cada vez mais atacada.
Os profissionais da ficção têm plena noção da importância que as telenovelas, os filmes e as séries têm junto de um determinado público. Por essa razão, penso que deveria haver mais cuidado da sua parte em não ajudar a quebrar a – já frágil – linha que separa os vários espaços.
Dizia-me uma pessoa: "tudo se complementa!". Muito bem. Esperemos para ver no que isto vai dar.
Perguntei a mim mesmo se os responsáveis da Globo, aproveitando o peso das telenovelas, estariam a agir correctamente. Poderia ficar indeciso, se não fosse estudante da área.
A verdade é que isto é uma verdadeira distorção de papéis, muito comum hoje em dia, mas que é preciso ter muito cuidado. É um dos maiores males de algumas televisões, nomeadamente americanas e brasileiras, onde os vários espaços tendem a unir-se.
Em Portugal, começámos com a confusão gerada pela TVI entre "realidade" e "realidade ultra-dramatizada" e qualquer dia, ao que tudo indica, a televisão portuguesa será também uma amálgama de conteúdos indecifráveis e deslocados, onde a inteligência dos espectadores tende a ser cada vez mais atacada.
Os profissionais da ficção têm plena noção da importância que as telenovelas, os filmes e as séries têm junto de um determinado público. Por essa razão, penso que deveria haver mais cuidado da sua parte em não ajudar a quebrar a – já frágil – linha que separa os vários espaços.
Dizia-me uma pessoa: "tudo se complementa!". Muito bem. Esperemos para ver no que isto vai dar.